A primeira Conferência Resurgence Moçambique
A Universidade Politécnica acolheu, entre os dias 23 e 24 de Julho, a primeira Conferência Resurgence Moçambique, uma iniciativa de clérigos, empresas, investidores, governos e agentes económicos que visa o estabelecimento de uma ligação entre o continente africano e a diáspora de modo a contribuir para a capacitação de empresas pertencentes a cidadãos residentes no estrangeiro e o crescimento económico dos países de origem.
Através deste evento, que tem como lema “Resurgence 2024: Ano do Retorno”, pretende-se, ainda, fornecer uma plataforma de diálogo contínuo entre a diáspora moçambicana e empresários nacionais, dotar os agentes económicos locais de ferramentas para fazer crescer e expandir as suas empresas, posicioná-los para competir em busca de parcerias de financiamento, empréstimos, subsídios e mentoria a nível nacional e global, bem como expor produtos de origem moçambicana nos mercados internacionais.
Como resultados, a organização espera contribuir para o incremento do volume de investimento da diáspora no país, adopção de abordagens empresariais inovadoras, aumento do acesso ao financiamento ou parcerias, satisfação dos investidores, entre outros.
Intervindo na cerimónia de abertura, a presidente da Associação da Comunidade Moçambicana nos Estados Unidos da América, Glória Sumbana, reconheceu a importância da diáspora moçambicana e os seus feitos no país. Entretanto, admitiu que ainda há muito por ser feito, daí a necessidade de “dar um passo acima”.
“Enquanto nós não tivermos orgulho desta Mãe África, ela não vai desenvolver. Nós temos de ter orgulho de quem nós somos. Queremos ser aquela diáspora definida pelo Presidente Barack Obama, que diz que todo aquele que tem sangue africano deve começar a olhar para África como um destino de negócios, destino de férias, destino de passeio, e ter orgulho do nosso continente”, frisou.
Na ocasião, o vice-reitor da Universidade Politécnica, Cristiano Macuamule, considerou que “o evento celebra a força, a inovação e a solidariedade da diáspora africana, no geral, e a moçambicana, em particular”, que, na sua opinião, vai contribuir para crescimento das pequenas e médias empresas, que constituem a espinha dorsal da economia do país.
“O tema desta conferência não podia ser mais oportuno. Chegou o momento de abraçar a nossa herança e, ao mesmo tempo, aproveitar as novas oportunidades de crescimento e inovação. Trata-se de encontrar força nas nossas experiências partilhadas e de a canalizar para a construção de uma prosperidade sustentável e inclusiva”, sublinhou.
Por seu turno, o secretário permanente do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Francisco Novela, referiu que a diáspora moçambicana constitui uma das prioridades do Governo, que pretende que esta tenha uma participação activa no processo de desenvolvimento do país. É neste contexto que estão em curso acções com vista à adopção de uma Política Nacional da Diáspora, cujo processo se encontra numa fase bastante avançada.
“A nossa expectativa nesta conferência é bastante enorme. Acreditamos que dela resultarão acções concretas que irão contribuir para a criação de parcerias necessárias à construção da ponte que queremos erguer entre as diásporas africanas e os seus países de origem, incluindo Moçambique, tendo como objectivo o nosso desenvolvimento comum, com foco especial nos negócios envolvendo o sector das pequenas e médias empresas”, concluiu.