Africa in transfomation-Economic development in the age of doubt

Lançamento do livro

27 de Fevereiro de 2020

Todos os países africanos têm a possibilidade de realizar transformações estruturais, mas só poderão fazê-las, com sucesso, os que têm lideranças capazes, com disciplina, foco e noção de que têm que mudar a mentalidade, deixando de ser países rentistas e preguiçosos.
O continente africano alberga 37 países com alta dependência das matérias-primas. 80 por cento das suas exportações dependem das matérias-primas ou recursos naturais, razão pela qual se tornam em países preguiçosos, porque não precisam de se preocupar com o resto da economia.

Salim Vala um dos apresentadores da obra

Esta observação foi feita, na segunda-feira, 24 de Fevereiro, na Universidade Politécnica, em Maputo, pelo Prof. Carlos Lopes, durante a cerimónia de lançamento do seu livro intitulado “Africa in transfomation-Economic development in the age of doubt” (Continente africano em transformação-desenvolvimento económico em tempos de incerteza), no qual o académico faz a apologia da transformação estrutural no contexto africano.
Carlos Lopes ressalvou existirem, também, outros países africanos que já entenderam que é preciso adoptar um paradigma diferente, chamado de transformação estrutural.
“África precisa de um discurso diferente, sendo que o livro tenta trazer, desde a parte estatística até à parte teórica, uma contestação das verdades habituais que estão associadas à leitura de África, e propõe, através de oito desafios, medidas importantes para que no processo de transformação possamos ter sucesso”, frisou.
Ao proceder à apresentação da obra, Salim Valá referiu que não há como não estar de acordo com Carlos Lopes quando advoga no seu livro que África necessita de uma estratégia clara de crescimento inclusivo apoiada por melhores instituições, sinergias regionais e infraestruturas adequadas para dar um salto qualitativo.
“O crescimento económico robusto e acelerado é necessário para a redução da pobreza, mas para que esse crescimento seja sustentável a longo prazo ele deve ter uma base ampla, abranger diversos sectores e incluir grande parte da força de trabalho dos países com destaque para as pessoas ligadas à agricultura, pescas e aos pequenos negócios do sector informal”, sustentou Salim Valá.
Acrescentou que não é qualquer tipo de crescimento que pode ser qualificado de inclusivo e nem o crescimento a qualquer custo conduz ao desenvolvimento económico sustentável: “O crescimento económico sustentável deve ter foco no capital humano, na geração de emprego, no aumento da renda das famílias, no acesso aos serviços essenciais, no uso sustentável dos recursos naturais e na protecção social”, concluiu.
Importa referir que Carlos Lopes é Doutor Honoris Causa pela Universidade Politécnica. Considerado um especialista de reformas e desenvolvimento institucional, esteve sempre associado a grandes processos de reforma no sistema das Nações Unidas, onde trabalhou por mais de duas décadas.

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