O emprego que queremos. Inovação Social em Moçambique

19 de Outubro de 2018

Os produtores agrícolas e pequenos empreendedores da província de Cabo Delgado poderão beneficiar, em breve, de um fundo de garantia e um mercado grossista local, para a comercialização dos seus produtos, no âmbito da implementação do programa Work 4 Progress (W4P), promovido pela Fundação la Caixa e a ser liderado, em Moçambique, pela Fundação Ayuda en Acción.
O programa W4P foi apresentado, na quinta-feira, 18 de Outubro, em Maputo, na jornada pública intitulada “O emprego que queremos – Inovação social em Moçambique”, promovida pela FUNDE-Fundação Universitária para o Desenvolvimento da Educação (da Universidade Politécnica) e a fundações espanholas “la Caixa” e “Ayuda en Acción”.
O W4P, é pioneiro na Índia, Moçambique e Peru, e visa impulsionar plataformas integradas de desenvolvimento público-privado para o fomento do emprego de qualidade entre mulheres e jovens vulneráveis.
De acordo com Jaime Diaz, coordenador do W4P em Moçambique, a implementação deste programa, em Cabo Delgado, iniciou em Março, com a auscultação dos potenciais beneficiários.

“Neste momento, estamos a implementar a segunda fase, que consiste na criação de protótipos, com diferentes actores, como o sector privado e a universidade para decidirmos que esboço de protótipos serão feitos e posteriormente executados”, explicou.
Os protótipos já esboçados, conforme indicou Jaime Diaz, incidem sobre a horticultura, produção de grãos e ainda o trabalho com mulheres e jovens, visando a inserção laboral e desenvolvimento de microempreendimentos, para a geração de renda.
“Temos ainda dois protótipos que ainda não foram aprovados, mas que achámo-los interessantes, como são a criação de um mercado grossista local, para a venda de produtos agrícolas e a constituição de um fundo de garantia, para assistir aos produtores e microempreendedores”, frisou.
Para o reitor da Universidade Politécnica, Narciso Matos, a jornada pública representou um passo de um processo de colaboração entre a FUNDE e as fundações espanholas.
“Esperamos que dentro dos próximos cinco anos, o W4P seja piloto, melhorado e replicado em outras partes do País”, disse Narciso Matos, ajuntando que “a jornada foi um exercício importante de auscultação, com vista a iniciarmos o processo de planificação, tendo em consideração a noção de que é preciso atender às percepções sobre os problemas por parte de quem os vive e daí encontrar soluções sem ter a ilusão de que existem soluções definitivas”.
Satisfeita com o nível de adesão, Rosânia da Silva, directora Executiva da FUNDE, considerou que o principal objectivo da jornada era lançar publicamente o W4P, para dar a conhecer ao Governo, sectores público e privado e a sociedade civil, em geral, a existência do programa, sua importância, organização, conceito da plataforma e como funciona.
“Os debates ajudaram a plataforma a obter mais subsídios sobre a forma de trabalhar e entender melhor as visões dos sectores público e privado sobre o emprego rural e urbano, sobretudo para jovens e mulheres, e, acima de tudo, a necessidade de se discutir a relação emprego/trabalho, referenciada pela ministra do Trabalho, Emprego e Segurança Social, na sessão de abertura.
Por sua vez, Marta Salsona, da área internacional da Fundação la Caixa, explicou que o W4P representa uma nova maneira de trabalhar para promover o emprego e a inovação em Cabo Delgado.
Com este programa, segundo destacou Marta Salsona, prevê-se que mulheres e jovens de Cabo Delgado melhorem as suas condições de vida, com a criação de novos empregos e profissionalização dos camponeses, que trabalham por conta própria, bem como a promoção da cultura de colaboração entre as organizações da sociedade civil, dos sectores privado e público e da academia naquela província.
“Acreditamos que se criarmos uma plataforma de colaboração entre estes actores, o nosso programa terá êxito, gerando muitas oportunidades para a população de Cabo Delgado”, concluiu.

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